Pobreza Evangélica
Deus é o único doador e dono de tudo, por isso queremos depender d’Ele em tudo. A pobreza evangélica é a aceitação voluntária dessa dependência.
Descobrimos que Deus é a nossa única riqueza, e esperamos tudo d’Ele.
Os nossos corações foram criados para Deus e só para Ele, por isso, nem a riqueza material, nem o apoio psicológico, nem mesmo os bens espirituais – nada nem ninguém – satisfazem a fome das nossas almas.
Mantemos o direito ao nosso salário e propriedade privada, mas, pelo voto de pobreza, optamos por ser dependentes e limitar o uso desses bens.
A pobreza evangélica ensina-nos a generosidade em relação a Deus e ao próximo, na utilização dos bens materiais, do tempo, talentos e capacidades que nos foram confiados. Tudo o que possuímos e somos, queremos usar para a glória de Deus e para o bem do próximo, não sucumbindo à escravidão.
Na verdade, a pobreza evangélica, ainda antes de ser um serviço em favor dos pobres, é um valor em si mesma, enquanto faz lembrar a primeira das bem-aventuranças na imitação de Cristo pobre. Com efeito, o seu primeiro significado é testemunhar Deus como verdadeira riqueza do coração humano. Mas, por isso mesmo, ela contesta vigorosamente a idolatria do dinheiro, propondo-se como apelo profético lançado a uma sociedade que, em tantos lugares do mundo abastado, se arrisca a perder o sentido da medida e o próprio significado das coisas. (Vita Consecrata, 90)
Mãe do Grande Abandono, Humilde Serva do Senhor, eu me entrego a vós sem reservas:
– que eu aceite, com gratidão, tanto a abundância como a escassez.